O médico Frederico Corrêa, diretor do Centro de Excelência em Endometriose de Brasília participa de seminário sobre a doença na Câmara dos Deputados.
A Câmara promoveu ontem (27/08) um seminário sobre o impacto social e econômico da endometriose no Brasil. Três temas foram abordados: Aspectos gerais da endometriose e o desafio de seu diagnóstico precoce, que teve como palestrante, o presidente da Sociedade Brasileira de Endometriose (SBE), Maurício Abrão. Aspectos atuais do tratamento da endometriose em um grande centro de referência do SUS e a Formação do médico cirurgião, foi o tema da palestra do médico Frederico Corrêa, supervisor do Programa de Residência Médica em Reprodução Humana do Hospital Regional da Asa Sul do Distrito Federal e diretor do Centro de Excelência em Endometriose de Brasília.
Frederico Corrêa destacou que as cirurgias para a retirada da endometriose necessitam de um cuidado extra e de especialistas de outras áreas médicas, pois envolvem outros órgãos do corpo. “As cirurgias que cauterizam apenas focos de endometriose nada mais são do que paliativos, já que é comum a doença ressurgir em outros locais em pouco tempo. É preciso preservar os outros órgãos”, explicou.
O doutor lembrou ainda que o Brasil têm estados que não possuem médicos capacitados para realizar o diagnóstico, além da falta de médicos especialistas no assunto. “Diagnóstico mal feito, cirurgia mal feita”, finalizou o médico.
Frente Parlamentar
Na oportunidade, também foi lançada a Frente Parlamentar da Luta Contra a Endometriose. Presidida pelo deputado Roberto de Lucena (PV-SP), a frente quer trazer para o Congresso Nacional o debate sobre a falta de políticas públicas de saúde para o tratamento da doença no Brasil. “Nosso objetivo será promover alianças estratégicas entre pacientes, médicos, cientistas e legisladores para que, juntos, possamos encontrar uma maneira justa de oferecer um diagnóstico e um tratamento adequados às brasileiras””, explicou.
Também participam da frente a deputada Sandra Rosado (PSB-RN), como vice-presidente; o deputado Alexandre Roso (PSB-RS), como 2º vice-presidente; o deputado Antonio Brito (PTB-BA), como 3º vice-presidente; e a deputada Carmen Zanotto (PPS-SC), que será a primeira secretária.
A doença
A endometriose é a presença, fora do útero, de tecido semelhante ao endométrio, causando uma reação crônica e inflamatória, dor e subfertilidade. A doença é responsável por 40% dos casos de infertilidade no Brasil, mas apenas 1/3 das brasileiras associa a doença à dificuldade de engravidar, segundo pesquisa da Sociedade Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva (SBE). O levantamento, feito com cinco mil mulheres com mais de 18 anos, revelou ainda que 88% não sabem como tratar o problema e que 55% não sabem sequer o que é a doença.
