Endometriose e adenomiose: Conheça as doenças

Endometriose e adenomiose: Saiba quais são os sintomas, diagnóstico e tratamento das doenças

As queixas da maioria das mulheres são as mesmas: dores fortes provocadas por cólicas menstruais e sangramento irregulares. Embora os sintomas sejam semelhantes, a endometriose e a adenomiose são doenças distintas, pois afetam regiões diferentes da pelve. Para esclarecer os impactos das patologias, o Diretor e Coordenador do Centro de Excelência em Endometriose em Brasília, Prof. Dr. Frederico Corrêa, explica na entrevista abaixo como as mulheres podem ter qualidade de vida e o correto tratamento.

Quais as diferenças entre endometriose e adenomiose?

A endometriose é quando o endométrio cresce fora do útero, geralmente atingindo os órgãos pélvicos. Já a adenomiose o endométrio cresce na parede do útero. Ambas as doenças têm sintomas semelhantes, como dores fortes provocadas por cólicas intensas e sangramento irregular. Entretanto, a endometriose pode apresentar outros sintomas relacionados aos locais de acometimento pelas lesões.

Essas doenças têm origem genética?

Essas doenças têm origens multifatoriais. Por isso, não podemos dizer que é exclusivamente genética. Alguns fatores de risco da adenomiose envolvem cirurgia uterina e mulheres que tiveram muitas gestações. Várias alterações genéticas já foram identificadas em pacientes com endometriose.

Quais as faixas etárias que as doenças são mais prevalentes?

A endometriose, no geral, (cerca de 70% dos casos) é uma doença começa na adolescência. Por outro lado, a adenomiose é uma doença que está relacionada a mulheres mais velhas, entre 35 e 45 anos.

Crianças podem sofrer com endometriose e adenomiose?

São raros os casos, mas as crianças podem, sim, ter endometriose. Na minha prática clínica já atendi um caso de uma menina de 8 anos que foi diagnosticada, após uma biópsia, com endometriose no umbigo. Embora não menstruasse, ela sentia as dores recorrentes da doença. No mundo todo existem relatados pouquíssimos casos na infância.

Como são feitos os diagnósticos?

Os diagnósticos são baseados nos sintomas e na epidemiologia, como a idade. O exame físico pode ajudar, pois na adenomiose, com o toque vaginal, se percebe o útero aumentado e amolecido e na endometriose as lesões também podem podem ser identificadas. Assim, consegue-se diferenciar uma da outra. A ecografia transvaginal também é um método eficaz e primeira escolha no diagnóstico de ambas as doenças, pois o exame de imagens mostra as diferentes lesões provocadas pelas doenças. Importante ressaltar que a associação entre endometriose e adenomiose na mesma mulher é frequente podendo chegar a 30% dos casos. A ressonância magnética também é um exame de imagem muito útil no diagnóstico destas doenças.

Quais os tratamentos para endometriose e adenomiose?

O tratamento das doenças pode ser clínico com medicamentos ou cirúrgico. A escolha do melhor tratamento depende das características da doença, gravidade das lesões, sintomas e idade da paciente. O tratamento medicamentoso é habitualmente feito com hormônios. Basicamente, são os mesmos para as doenças. São prescritos anticoncepcionais e o DIU de progesterona – que vai liberando um pouco de hormônio todos os dias dentro do útero. Esse hormônio atua inibindo o crescimento do endométrio, tem efeito por 5 cinco anos e produz uma melhora clínica importante com repercussão na qualidade de vida das mulheres.

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