Doença pouco conhecida foi lembrada hoje na Esplanada dos Ministérios
“Milhões de mulheres marchando contra a endometriose”, esse foi o tema da marcha internacional idealizada pelo médico norte-americano Camran Nezhat, que reivindica melhores condições de tratamento para as mulheres portadoras da doença. Encabeçada aqui no Brasil por Caroline Salazar, dona do blog “A Endometriose e Eu”, a marcha aconteceu hoje (13/2) em Brasília, na Esplanada dos Ministérios, e em outros cinco estados brasileiros: São Paulo, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Bahia.
“Nós levamos ao Ministério da Saúde reivindicações para um tratamento digno, a introdução da Endometriose na categoria de doenças crônicas, a disponibilização do tratamento pelo Sistema Único de Saúde em todas as capitais do país, descentralizando de São Paulo”, explica Caroline, que já se submeteu à três cirurgias para vencer a doença.
Para o Professor Doutor Frederico Corrêa, diretor do Centro de Excelência em Endometriose, que estava presente no evento, a marcha é de extrema importância pois chama a atenção da sociedade para a doença. “A Endometriose leva até 15 anos para ser diagnosticada, e uma das principais razões disso é que ela é uma doença desconhecida. Muitas mulheres passam a vida inteira convivendo com a dor e nem sequer sabem que isso pode ter cura”, explica.
Ainda pouco conhecida, a Endometriose acomete 176 milhões de mulheres no mundo, e só no Brasil são de 6 a 8 milhões de portadoras da doença. A doença se caracteriza pela presença de tecido semelhante ao endométrio fora do útero e, além da reação crônica inflamatória e dor excessiva, é responsável por 40% dos casos de infertilidade no Brasil, ainda que apenas um terço das brasileiras a associe à dificuldade de engravidar, segundo pesquisa da Sociedade Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva (SBE).