Como funciona a fertilização in vitro?

Como funciona a fertilização in vitro?

Como funciona a fertilização in vitro: você já ouviu falar em bebê de proveta? Esse é um nome utilizado para filhos que são originados a partir dessa técnica.

A primeira vez que um bebê nasceu com essa técnica de reprodução foi na década de 1970. E desde então, ela vem sendo indicada por muitos médicos como uma forma de tratar vários casos de infertilidade e colaborar com o sonho de construir uma família.

Hoje vou falar um pouco mais sobre esse método, as indicações e suas principais etapas. Se você quer entender mais sobre como funciona a fertilização in vitro, é só continuar lendo!

O que é fertilização in vitro?

A fertilização in vitro é uma das técnicas de reprodução humana assistida mais utilizadas no mundo e também a que apresenta as maiores taxas de sucesso. Ela é indicada em situações específicas para casais com infertilidade, ou seja, que mesmo depois de 6 meses a um ano de tentativas não conseguem engravidar.

Nessa técnica, a fecundação do óvulo pelo espermatozoide é feita em um laboratório de embriologia e só depois os embriões são transferidos até o útero da mulher.

Conheça cada uma das etapas para entender como funciona a fertilização in vitro na prática:

1. Estimulação ovariana

Primeiro, a mulher usa medicação para estimular o crescimento de mais folículos no ovário.

Os medicamentos usados são semelhantes aos hormônios que o próprio organismo da mulher produz, como o FSH e o LH. Entretanto, usamos doses mais altas desses hormônios com o objetivo de aumentar as chances de ela produzir mais de um óvulo no mesmo ciclo, diferente do ciclo natural, onde a mulher libera um óvulo de cada vez. De forma geral, o tempo médio de estimulação ovariana com uso de injeções diárias aplicadas pela própria mulher é de 9 dias.

Durante a etapa de estimulação ovariana, é importante que a paciente faça exames de ultrassonografia transvaginal para avaliar o crescimento dos folículos ovarianos e ajustar doses de medicação. Afinal, é desses folículos em crescimento que se originam os óvulos maduros que serão usados no processo de fertilização.

2. Coleta de óvulos

Segundo, quando a maioria dos folículos no ovários atingem um tamanho adequado, medido pela ultrassonografia, é feita a programação da coleta dos óvulos. Então nós agendamos a coleta em 35 horas após a última injeção de hormônio para terminar a maturação dos óvulos.

Esse procedimento é realizado em ambiente específico, com a paciente sob anestesia venosa, com a introdução de um transdutor da ultrassonografia por via vaginal acoplado a uma agulha longa. Assim, o médico consegue introduzir a agulha dentro dos folículos nos ovários e proceder a aspiração dos óvulos que serão entregues imediatamente ao embriologista.

A coleta de óvulos é relativamente rápida, com duração média de 20 a 30 minutos e a paciente recebe alta cerca de 1 hora depois. 

3. Coleta de sêmen

Em seguida, fazemos a coleta do sêmen com os espermatozóides usados para a fecundação dos óvulos na própria clínica, pelo parceiro, por masturbação, e enviado também ao laboratório para o embriologista. Depois, o sêmen será então avaliado e preparado para a fertilização.

Em algumas situações específicas pode haver necessidade de coletar os espermatozóides por aspiração do epidídimo ou por biópsia testicular realizada pelo andrologista. 

4. Fertilização

A fertilização ou fecundação é o processo pelo qual o espermatozóide penetra no óvulo e o transforma em embrião.

Existem duas técnicas de fazer esse processo em laboratório, a FIV convencional e a Injeção Intracitoplasmática de espermatozóides (ICSI), e ambas devem ser realizadas no mesmo dia da coleta dos óvulos.

Na FIV convencional cada óvulo é colocado em um recipiente com milhares de espermatozóides que vão atuar em conjunto para fecundar o óvulo. Na ICSI, o embriologista seleciona um único espermatozóide que será injetado dentro do óvulo através de uma pipeta.

A escolha da técnica depende de alguns fatores relacionados à qualidade do sêmen, histórico de fertilizações prévias e número de óvulos disponíveis.  

5. Cultura de blastocistos

Depois da fertilização, precisamos acompanhar o desenvolvimento dos embriões até que chegue o momento de transferi-los até o útero. Estes permanecem guardados em meio de cultivo específico em placas de laboratório dentro de uma incubadora onde são controlados temperatura, concentração de oxigênio, CO2 entre outras coisas.

A cultura de embriões dura em média 5 dias, pois esse é o tempo necessário para que o embrião atinja a fase de blastocisto. Nesse período também, a mulher utiliza algumas medicações para preparar o endométrio até chegar a hora de receber os embriões.

6. Transferência de embrião

Esse é um dos momentos mais importantes da FIV. É a hora de colocar o tão esperado embrião dentro do local mais adequado para continuar seu desenvolvimento, o útero. Ao mesmo tempo que é delicada, a transferência embrionária é considerada um procedimento simples e rápido.

Com o uso do espéculo vaginal, o mesmo aparelho usado na coleta do exame preventivo, usamos um cateter,  tubo fino e flexível para inserir os embriões no útero. O embriologista sob visão do microscópio aspira o embrião para dentro do cateter que é entregue então ao médico que irá fazer a transferência.

Esse processo de introdução do cateter dentro do útero e colocação do embrião em posição adequada é guiado por ultrassonografia. É um procedimento de cerca de 15 minutos e você nem precisa de sedação!

Quando está indicado fazer fertilização in vitro ?

A fertilização in vitro é uma das técnicas indicadas para tratar a infertilidade, mas também costuma ser indicada para casais homoafetivos, produção independente, doação de óvulos ou quando outros tratamentos de baixa complexidade já foram utilizados e não tiveram sucesso.

As principais causas de infertilidade que podem levar a indicação de realização de fertilização in vitro são:

Em mulheres

  • obstrução nas trompas
  • idade avançada
  • distúrbios na ovulação
  • síndrome dos ovários policísticos
  • endometriose profunda
  • falência ovariana ou menopausa precoce

Em homens

  • baixa contagem de espermatozoides
  • problemas na motilidade e morfologia dos espermatozoides
  • varicocele
  • ausência de espermatozóides
  • vasectomia prévia

Qual é a diferença entre fertilização in vitro e inseminação artificial?

Muitas pessoas confundem a fertilização in vitro e a inseminação artificial achando que são dois nomes diferentes para o mesmo procedimento. Mas não! É importante entender as diferenças entre os dois métodos porque são elas também que influenciam nas taxas de sucesso de cada uma.

Na inseminação artificial, os espermatozóides selecionados são colocados dentro do útero da mulher para facilitar uma fecundação natural. Nesse caso os espermatozóides encontram e fecundam o óvulo dentro do sistema reprodutivo da mulher. O embrião na inseminação não é formado em laboratório.

Já na fertilização in vitro, os espermatozóides e os óvulos são coletados e a fecundação é feita em laboratório, com a transferência para o útero da mulher apenas depois do desenvolvimento do embrião.

Quem faz fertilização in vitro?

Agora que você já entendeu como funciona a fertilização in vitro, antes de tomar a decisão por essa técnica, você precisa de um especialista em reprodução humana assistida. A primeira etapa do processo costuma ser a de investigação de todas as causas que podem levar à infertilidade.

É só com esse diagnóstico que podemos definir a melhor jornada para maximizar as suas chances de sucesso! Nem todos os casos de infertilidade precisam ser tratados com fertilização in vitro. Fiquem atentas. 

Meu propósito como médico ginecologista e especialista em reprodução é dar uma nova vida para você e sua família. Pretendo estar com você do início ao fim dessa caminhada para te acompanhar de verdade e oferecer a jornada ideal para a sua necessidade. Prazer! Eu sou o Dr. Frederico Corrêa! Clique aqui e conheça mais sobre o meu trabalho.

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