Os tratamentos da endometriose estão disponíveis em duas formas: os tratamentos conservadores da doença, ou seja, apenas acompanhamento ou com uso de medicação, que falaremos sobre neste post, ou o cirúrgico. As duas formas têm dois objetivos bem claros, que são:
- Promover o desaparecimento da dor junto aos outros sintomas associados;
- Tratar a infertilidade conjugal.
Acima de tudo, é importante saber que não há um tratamento padrão para todas as mulheres com endometriose! A escolha do melhor tratamento para cada paciente deve ser muito individualizada, através de uma análise minuciosa por um ginecologista especialista em endometriose.
Portanto, temos duas possibilidades de tratamentos conservadores:
1. Tratamento hormonal
O tratamento hormonal é um dos tipos de tratamentos conservadores da endometriose mais utilizados, que existe há mais de 60 anos.
Foi usado pela primeira vez por um médico que observou melhora do quadro de dor tipo cólica no período da gestação, quando a mulher engravidava. A partir dessa observação, o médico percebeu que a suspensão da menstruação com hormônios equivalentes aos produzidos pela mulher grávida melhorava de forma considerável os sintomas da cólica menstrual de pacientes com endometriose.
Naquela época, se usava anticoncepcionais com altas concentrações de hormônios, o que levava à frequência maior e mais intensa de efeitos colaterais. Graças às pesquisas e evolução da medicina, hoje usamos anticoncepcionais com menos hormônios, menos efeitos colaterais e bons resultado.
Quais são os hormônios mais utilizados para tratar a endometriose?
Basicamente, os hormônios que utilizamos para esse tratamento contém um ou dois hormônios na fórmula. Então, nós podemos ter pílulas com a combinação de estrogênio + progesterona ou pílulas só com progesterona.
Importante: Nunca devemos usar estrogênio de forma isolada em mulheres com endometriose, pois este hormônio, quando usado sem a progesterona, pode agravar a doença e facilitar o surgimento de outras.
As vias mais utilizadas
Hoje existem diversos tipos de anticoncepcionais, que variam nos hormônios e nas vias de utilização. Podem ser de uso oral, vaginal, intrauterino (DIU com progestágeno), injetável, transdérmico (para pele) e em implantes. Todos estes têm a mesma eficácia na diminuição dos sintomas. Porém, a escolha do tipo de hormônio e tratamento depende de alguns fatores relacionados à adaptação e preferência da paciente.
Mulheres com endometriose e endometrioma de ovário, quando tiverem indicação de tratamento hormonal, devem usar os anticoncepcionais que bloqueiam (suspendem) a ovulação. Dado que, se não suspendermos a ovulação, a chance de haver aumento do endometrioma é maior.
Novamente, é importante pontuar que os hormônios que utilizamos para o tratamento da endometriose só tem efeito sobre os sintomas de dor. Portanto, eles não atuam sobre as lesões de endometriose, ou seja, não fazem as lesões desaparecerem.
As contraindicações para o tratamento hormonal
Algumas mulheres têm contraindicações ao uso de determinados tipos de hormônios. Por exemplo, pacientes com história de trombose anterior ou de enxaqueca com aura não devem usar pílulas que contenham estrogênio, pois tem risco maior de complicações. Nesses casos, se houver indicação médica, o tratamento hormonal pode ser feito apenas com progesterona.
2. Tratamentos não hormonais
Como mencionado, algumas pacientes podem ter contra-indicação ao uso de hormônios indicados para a endometriose, por isso também existem medicamentos não hormonais.
Como a doença provoca quadro de dor intensa, uma das formas de tratamento é com o uso de analgésicos como o paracetamol ou a dipirona no período menstrual, que pode ser suficiente para os casos de sintomas mais leves.
Além disso, existem também os antiespasmódicos, que são substâncias que diminuem as contrações dos órgãos como o útero e intestino, que sabidamente estão relacionados com a dor pélvica em mulheres com endometriose e adenomiose. Ainda, nos casos em que os sintomas de dor são mais intensos, outros medicamentos podem ser utilizados, como alguns antidepressivos e ansiolíticos, usados no tratamento da dor crônica.
Eu sou o Dr. Frederico Correa e o meu propósito é aumentar o CONHECIMENTO sobre a doença. Dar VIDA NOVA às mulheres com endometriose. AJUDAR outras mulheres a não sofrerem com tratamentos errados e sequelas da endometriose.
Se você suspeita que pode ter endometriose, marque uma consulta!
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